Pergunto-me sobre o que estamos fazendo aqui. Quando escutamos nosso Eu mais profundo encontramos respostas. Porém, se nos distanciamos dele, perdemos de vista o grande significado para o agora.
Será que estou pronta para minha partida? É bom rever isto. Afinal, tenho certeza de que me reencontrarei, não importa em que dimensão. E quando chegar este momento quero sentir paz ao olhar para traz e saber que mesmo desagradando a muitos, segui de acordo com as mais elevadas convicções, sempre vindas desta escuta íntima, conectada com a minha Divindade, com a unicidade da vida.
Assim, não importa muito se estou aqui ou lá. O que importa é a consciência e o amor que vibra em nosso ser.
O desapego dos afetos é o maior de todos os desapegos. Como é difícil!
Para alguns, parece ainda impossível. Mas apesar da saudade, vamos descobrindo, a cada perda, que sempre há dois caminhos. Um deles nos leva ao desespero. O outro, mesmo na tristeza, nos leva à superação de nós mesmos: crescemos mais um pouco. Isto traz paz, quando aceitamos que nossa trajetória é solitária.
Ninguém aprende por nós, ninguém escolhe por nós, ninguém cria a nossa vida, exceto nós mesmos. Viemos e voltaremos sozinhos. Os afetos são presentes a nós concedidos, mas não nos pertencem. O amor sincero nos une, acima do tempo e do espaço.
Começo a compreender o desapego. Não é desprezo, é paz, aceitação e entrega. É amor em sua mais sublime manifestação.
Daniela Zellaui
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